sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ser Feliz

“A vida só pode ser feliz quando tens um propósito. Só te sentes bem quando realizas alguma coisa.
A felicidade vem da acção. (...) Substitui a facilidade pelo esforço; Encontra alegria ao escalar novas montanhas; Jamais descanses da tua busca pelo conhecimento; Deseja hoje ser um pouco mais do que ontem e um pouco menos do que amanhã. Tudo isso fará de ti um ser humano completo e com isso vem a verdadeira felicidade.”

Benjamin Blech

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sentimentos, Gostos e Decisões

Escola do Ensino Básico – 3º Ciclo. Aula de Formação Cívica. Sessão X de Educação para a Saúde e Sexualidade. A actividade proposta consistiu na projecção de uma sequência de dez imagens de rostos humanos (previamente seleccionadas) às quais os alunos tiveram de reagir identificando verbalmente a emoção associada.
A discussão instalou-se de imediato. Alegria. Coragem. Raiva. Felicidade. Amor…. Medo. Uma a uma, com espontaneidade ou no meio de hesitações lá foram sendo atiradas as palavras que eu, entusiasmada com a adesão dos miúdos, fui escrevendo no quadro da sala de aula.
- Oh professora, mas eu não concordo!
- Porque é que aquela é medo e não é raiva?
- Como é que sabemos?
E foi assim que o grupo chegou à conclusão que “ler” os sentimentos dos outros é tarefa difícil, mas pode ser aprendida e aperfeiçoada.

"À capacidade de ler os afectos nos outros chamamos literacia emocional, e devia ser uma capacidade tão presente e desenvolvida em cada um de nós como a de ler, escrever e contar. (...) Hoje, grande parte dos problemas que enfrentamos têm como base uma profunda iliteracia emocional, isto é, uma incapacidade de ler e respeitar o mundo emocional dos outros... A causa? A incapacidade de muitos adultos de se lerem a eles próprios em sociedades que investem profundamente no exterior esquecendo o interior, desprezam os sentimentos achando-os um entrave ao pensamento (quando são a sua base), não compreendem as ligações da parte física à psíquica, ignoram a importância do bem-estar individual para o social e não criam espaços de aprendizagem e trabalho saudáveis e criativos."
Pedro Strecht. (2004). Quero-te Muito. Crónicas para Pais sobre Filhos. Lisboa: Assírio & Alvim.


A literacia emocional de que Pedro Strecht fala faz-me pensar em muitas outras situações, em tantos outros contextos. As emoções tanto nos podem dominar, como fazer-nos felizes, tanto podem iluminar a nossa existência, como torná-la obscura e insuportável.
Como já referi anteriormente, somos pouco dotados no que se refere ao plano emocional. A nós, agora adultos, não nos ensinaram na escola o que são as emoções, como funcionam, como nos influenciam, como interferem nas nossas relações com os outros.

Dá que pensar, não dá?


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os Portugueses São Analfabetos Sexuais… e Emocionais

Tropecei neste livro quase que por acaso. O título é bombástico e sem dúvida que nos suscita a sua leitura. Manuel Damas - Presidente do Centro Avançado de Sexualidades e Afectos – traça com palavras, nuas e cruas, o retrato de cada um de nós. De cada português. No todo, de Portugal.

“Na verdade, como povo, sendo envergonhado do que somos e como somos, logicamente que essa insegurança teria de se reflectir em cada um de nós e, acima de tudo, na nossa intimidade e na nossa afectividade. Temos medo de amar, mas, acima de tudo, de sermos rejeitados e, mais ainda, de sermos traídos.”
Somos, efectivamente, analfabetos emocionais porque não sabemos construir relações afectivas.

Não daria tanto relevo ao assunto não fosse uma situação que vivi recentemente. Como foi exaustivamente divulgado pelos media, a introdução da Educação Sexual nas escolas não se tem revelado um processo pacífico. O estabelecimento de ensino ao qual pertenço não é excepção. Coube-me fazer a apresentação do Projecto aos Directores de Turma que, por sua vez, o iriam implementar ao longo do ano nas sessões de Formação Cívica. Depois de muitas dúvidas e questões, optei por dinamizar junto dos meus colegas professores a 1ª sessão que efectivamente se destinava aos alunos – “Afinal o que é a Sexualidade?”. E os resultados foram… Decepcionantes?! Desastrosos?! Considerando a população escolar como uma pequena amostra da sociedade, diria que os resultados são preocupantes! Para o português, Sexualidade é sinónimo de sexo. Nem me atrevo a divulgar preconceitos e estereótipos de que entretanto me fui apercebendo…
Afinal, os portugueses são mesmo analfabetos sexuais… e emocionais!

Afinal o que é a Sexualidade?

No post anterior a pergunta fica no ar. Afinal o que é a Sexualidade?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta um conceito de Sexualidade abrangente. De acordo com esta organização, a Sexualidade pode ser definida como “uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”. Ou seja, além da componente biológica, a Sexualidade engloba ainda uma componente psicológica e outra social.

A educação sexual assume-se, pois, como uma necessidade real. Mas, se a temática é complicada e sensível, não pode entregar-se a responsabilidade da mesma ao bom senso dos professores. A formação dos docentes é crucial e deveria constituir um processo de aprendizagem efectivo, consistente e estruturado, reflectido, relativamente ao modo de pensar e de agir. “(…) Destruindo mitos e estereótipos e a população cresceria em qualidade, em competências, em maturidade.”

A principal intenção do Dr. Manuel Damas ao escrever sobre “as Sexualidades” dos portugueses é dar origem a um processo de reflexão construtiva e não denegrir ou fazer piada fácil como à primeira vista se possa pensar. “A intenção é, unicamente, a provocação pedagógica.” O livro “Os Portugueses São Analfabetos Sexuais… e emocionais”, tenta apelar aos Afectos para que cada um de nós, de certa forma, consiga sair da ‘casca’ e deixe cair, por terra, os estereótipos, para amar e ser amado… para ser feliz.