quinta-feira, 17 de março de 2011

O PIQUENIQUE DAS TARTARUGAS

As decepções fazem parte da nossa vida.
Seja no trabalho, nos relacionamentos ou na família, estamos sempre a criar expectativas que depois retumbam em decepções e nos deixam um 'amargo de boca'.
Expectativas em relação a nós e aos outros especialmente... e quando as coisas 'não saiem' como esperamos, além de termos desperdiçado uma grande energia porque nos irritamos, deixamos de aproveitar o momento presente, e desfrutar das surpresas que a vida nos oferece.

Quantas vezes deixamos de agir ou agimos em função daquilo que os outros pensam?

Hoje lembrei-me da história "O Piquenique das Tartarugas".

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.

As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos a preparar o passeio. Passados 6 meses, após encontrar o lugar ideal, ao abrirem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.

Então, por ser a mais rápida, designaram a tartaruga mais nova para voltar a casa e trazer o sal. A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela voltasse.
Três anos se passaram... Seis anos... e a pequenina não tinha voltado.

Ao sétimo ano de ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.

Nesse momento, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:

- " Eu sabia! Eu sabia que vocês não iam esperar. Agora é que eu não vou mesmo buscar o sal."


Moral da história:

Desperdiçamos o tempo esperando que as pessoas vivam à altura das nossas expectativas e estamos tão preocupados com o que os outros pensam e fazem que deixamos de escrever a nossa própria história.

terça-feira, 15 de março de 2011

Existem Dois Tipos de Pessoas

Daniel H. Pink, licenciado em Direito pela Universidade de Yale, trabalhou na Casa Branca entre 1995 e 1997 e foi responsável pelos discursos do vice-presidente Al Gore. Pink é hoje uma referência no mundo da Gestão e do Comportamento. Autor de três livros (A Nova Inteligência, Drive e Aventuras de Johnny Bunko) traduzidos em dezenas de países, é colaborador regular do New York Times, Harvard Business Review, Fast Company, e Wired e participa em inúmeras conferências e palestras sobre inovação, transformação económica e os novos locais de trabalho.

Sou seguidora do seu blog (http://www.danpink.com/) onde recentemente apresenta a curiosa ideia de que há dois tipos de pessoas.


THERE ARE TWO KINDS OF PEOPLE IN THE WORLD

Those who make your life easier — and those who make it harder.

Those whose presence helps you perform better — and those whose presence makes you do worse.

Those concerned about doing the work — and those concerned about getting the credit.

Those who leave you feeling up — and those who leave you feeling down.

Those who simplify — and those who complicate.

Those who listen when others are talking — and those who wait when others are talking.

Those who give — and those who take.

Those who last — and those who fade.

Which are you?

Pink, D. (2011). There are two kinds of people in the world. Acedido em: 15, Março, 2011, em: URL. http://www.danpink.com/archives/2010/12/there-are-two-kinds-of-people-in-the-world

quinta-feira, 10 de março de 2011

Tempo para fazer a diferença

Era uma vez um escritor que morava numa tranquila praia, junto a uma colónia de pescadores. Todas as manhãs caminhava à beira-mar para se inspirar e à tarde ficava em casa a escrever. Certo dia, ao caminhar pela praia, viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto dele reparou que se tratava de um jovem que apanhava estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, atirá-las novamente de volta ao oceano.

"Porque está a fazer isso?"- perguntou o escritor "O Senhor não vê!? - perguntou o jovem - A maré está baixa e o sol está a brilhar. As estrelas-do-mar vão morrer se ficarem aqui na areia".
O escritor espantou-se.

"Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por este mundo fora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Atiras umas poucas de volta ao oceano, ainda assim a maioria vai morrer de qualquer forma".

O jovem apanhou mais uma estrela na praia, atirou-a de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

"Para esta aqui eu fiz a diferença…".

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever ou sequer dormir. Pela manhã voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e juntos começaram a atirar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
"I saw the angel in the marble and carved until I set it free."
Michelangelo

terça-feira, 1 de março de 2011

Os Sem-Sentido

No final de mais um fim-de-semana, depois de umas compras no shopping e com a leitura de Em Busca de Sentido (Viktor Frankl) a terminar, dei comigo a matutar…

Encontrar sentido para a vida é hoje tão ou mais urgente do que há uns anos atrás. Vivemos tempos de grande contradição: “tem-se tudo e ao mesmo tempo não se tem o essencial, não se é feliz”. Numa época em que tudo corre a grande velocidade, porque podemos andar de avião ou de carro, mas mais ainda porque podemos navegar na internet e colocarmo-nos, numa fracção de segundo, em contacto com os pontos mais distantes da Terra, na realidade estamos estagnados psíquica e espiritualmente, vivemos aborrecidos e deprimidos.
Porquê? E como resolvemos o problema? Vamos ao shopping e fazemos umas compras na esperança de nos sentimos preenchidos e renovados. Mas… reina o vazio.

Pessoas sem metas não encontram sentido naquilo que fazem.

Viktor Frankl (1905-1998), psiquiatra de Viena, de origem judaica, radicado nos EUA, foi quem mais estudou o ‘search for meaning’, talvez por ter vivido três anos no campo de concentração de Auschwitz onde pereceram todos os seus familiares. Com essa dolorosa lição da história procurou novos caminhos e razões de viver, derivando dessa busca de sentido uma nova forma de psicoterapia. Assim como o corpo pode adoecer, a doença do espírito é a falta de sentido ou de significado para a vida.

A logoterapia (psicoterapia centrada no sentido da vida) procura curar o espírito desse défice, “motivando nele a vontade de sentido que leva à vontade de viver e de amar, dedicando-se realmente a valores nobres e essenciais e menosprezando o secundário e o efémero.”

Não se trata de um sentido para a vida em termos gerais, mas de um sentido pessoal para a vida. Ter sentido para a vida é perseguir objectivos individuais, é fazer a vida valer a pena. Ter metas implica parar para pensar. Planear. Ter um projecto faz toda a diferença no modo como lido com o tempo, com as pessoas e comigo mesmo. Olhar para o passado, perceber o presente e acreditar no futuro torna a vida menos assustadora. Uma vida de sucesso não se baseia em sonhos, mas em metas reais e planeamento objectivo.