segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O Filósofo e o Lobo

O Filósofo e o Lobo, um livro a não perder. Um ensaio de Mark Rowlands sobre a relação entre um lobo e um filósofo.

Um livro cheio de emoção e de ideias incomuns que aborda assuntos apelativos que vão sendo entremeados com uma história de cumplicidade e de amor real entre um ser humano e um animal.

No dia em que Mark compra o lobo Brenin, tem a sua primeira grande lição sobre a espécie: os lobos não gostam de ficar sozinhos.
Ao regressar a casa, encontra-a completamente destruída: dos forros do sofá, às tubagens do ar condicionado, nada restava inteiro.
Aí Mark faz um pacto com Brenin: nunca o abandonaria. Começa assim a estranha amizade de um professor de filosofia e o seu imponente lobo. Iam juntos para todo o lado: os jogos de râguebi, as festas na universidade, e até às aulas - onde Brenin ocasionalmente uivava, ao ouvir dissertações chatas sobre filósofos herméticos.
Dez anos de convivência que moldaram mais o filósofo do que o Lobo.

Gostei muito de ler e aconselho vivamente este livro.
Há um aspecto, que penso ser interessante e dá mesmo que pensar. A noção de inteligência. Gostei da abordagem: Um lobo não mente, não trai a matilha, é altruísta em prol de quem gosta e até sabe o que é Amar. Porém o homem, tem uma inteligência que até lhe permite compreender o Universo e, no entanto, a mentira e a intrujice fê-lo desenvolver ainda mais a capacidade de inteligibilidade.
Será que somos assim tão inteligentes?
Que finalidade tem esta inteligência na obtenção da tão famigerada, felicidade?

sexta-feira, 22 de julho de 2011

O tijolo, a pedra e o saco de areia

Gosto de metáforas. Elas são muito mais expressivas do que a palavra nua e crua… Além disso, as metáforas traduzem conceitos profundos numa linguagem acessível.

Conta a lenda que um homem caminhava pela estrada levando uma pedra numa mão e um tijolo na outra. Nas costas, carregava um saco de areia. No caminho, encontrou uma pessoa que lhe perguntou:
- Parece tão cansado! Por que é que leva essa pedra pesada na mão?
- Estranho - respondeu o viajante -, mas eu não tinha reparado que a estava a carregar.
Então, deitou fora a pedra e sentiu-se muito melhor. Em seguida, passou outra pessoa e perguntou-lhe:
- Diga-me, viajante, por que é que vai a carregar esse saco de areia às costas?
- Eu nem tinha percebido que ia a carregar este peso...
Uma por uma, as pessoas foram questionando o homem sobre as suas pesadas cargas , e ele foi abandonando uma a uma. Por fim, tornou-se um homem livre, leve, e caminhou com muito mais facilidade.
Qual era, na verdade, o seu problema? O tijolo, a pedra ou o saco de areia?
O problema estava na falta de consciência da existência desses pesos. Uma vez que viu que eram cargas desnecessárias, livrou-se de tudo e deixou de se sentir tão cansado.
Esse é o mal de muitas pessoas que acumulam problemas sem perceber. Não é de estranhar que estejam tão cansadas!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Um Pouco de Calma Basta

Paul Wilson explica.



Segue-se uma paz interior tranquila.
É subtil, mas preciosa. E acontece à tua maneira.

Um Pouco de Paz

Comprei para (re)ler as vezes que me apetecer...















De Paul Wilson, "Um Pouco de Paz" é um livro com imensas sugestões para nos conduzir ao silêncio e à tranquilidade.

"Pegue um pouco de tranquilidade.
Concentre-se no silêncio.
Quando ele chegar,
instale-se no seu som.
Depois, leve essa tranquilidade consigo
para onde quer que vá."

"Um Pouco de Paz", Paul Wilson
ed. Estrela Polar
(Paul Wilson, considerado mundialmente o "guru da calma", mais de 8 milhões de livros vendidos em 24 línguas)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Aprender a voar









Fernão Capelo Gaivota, Richard Bach.


Um livro fantástico de um autor genial.

"A maior parte das gaivotas não se preocupava em aprender mais do que as técnicas de vôo: como ir à comida e voltar.
Para a maioria, o importante não é voar, mas comer.
Para esta gaivota, contudo, o importante não era comer, mas voar…
- Porquê, Fernão, porquê? – perguntava-lhe a mãe.
– Porque é que lhe custa tanto ser como o resto do bando?… Porque não come?…
- … Eu só quero saber,… é tudo (respondia ele)
… Há tanto que aprender!
… Em vez da monótona labuta de procurar peixes junto dos barcos de pesca,
temos uma razão para estarmos vivos! Podemos subtrair-nos à ignorância,
podemos encontrar-nos como criaturas excelentes, inteligentes e hábeis.
Podemos ser livres! Podemos aprender a voar!"

Assim como Fernão adorava voar e se esforçava para aprender novas técnicas que o aproximassem mais e mais da perfeição, também nós devemos VIVER, mas quando falo de viver, falo de viver com letra maiúscula, ou seja, ter um verdadeiro sentido da vida, descobrir algo que nos faça crescer, descobrir um alimento subtil, um alimento para a alma, só quando descobrimos este alimento vivemos realmente.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Transformar Crenças Limitadoras em Crenças Potenciadoras

Frequentemente deparamo-nos com dificuldades dentro de nós que não são propriamente reais nem racionais e que nos impedem de ser mais felizes. Nem reparamos, mas arranjamos um monte de desculpas para não avançarmos, para não nos expormos. Uma espécie de insegurança selvagem e irracional ata-nos os pés e as mãos! O que há por trás é normalmente… uma crença limitadora!

Normalmente, se acreditamos que somos capazes tornamo-nos capazes.
Quanto mais não seja, usamos toda a nossa energia e tempo para nos tornarmos capazes…e lá chegamos geralmente, mais tarde ou mais cedo!

Se acreditamos que não somos capazes (de uma forma irreal, claro, mas real para nós), então, o mais certo é tornarmo-nos mesmo incapazes, deixando de aproveitar todo o potencial que temos dentro de nós mas que, infelizmente, não sabemos reconhecer.

Felizmente, tudo isto pode ser reequacionado e alterado.

A este propósito, vale a pena dar uma espreitadela num dos últimos posts do blog do Jorge Dias:
jhdias: O enterro do «Não Consigo»

sexta-feira, 17 de junho de 2011

The three grand essentials of happiness are: "something to do, someone to love, and something to hope for".

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Congruência

"Não pode haver felicidade quando as coisas nas quais acreditamos são diferentes das coisas que fazemos."
Freya Stark

terça-feira, 10 de maio de 2011

Quatro Palavras Que Podem Fazer a Vida Valer a Pena

LEARN – TRY - STAY – CARE

First, life is worthwhile if you LEARN. What you don't know will hurt you. You have to have learning to exist, let alone succeed. Life is worthwhile if you learn from your own experiences-negative or positive.”
(…)
Second, life is worthwhile if you TRY. You can't just learn. Now you have to try something to see if you can do it. Try to make a difference. Try to make some progress. Try to learn a new skill. Try to learn a new sport. It doesn't mean you can do everything, but there are a lot of things you can do if you just try. Try your best. Give it every effort. Why not go all out?”
(…)
Third, life is worthwhile if you STAY. You have to stay from spring until harvest. If you have signed up for the day or for the game or for the project, see it through. Sometimes calamity comes; then it is worth wrapping it up and that's the end. But just don't end in the middle. Maybe on the next project you pass, but on this one, if you signed up, see it through.
And lastly, life is worthwhile if you CARE. If you care at all, you will get some results. If you care enough, you can get incredible results. Care enough to make a difference. Care enough to turn somebody around. Care enough to start a new enterprise. Care enough to change it all. Care enough to be the highest producer. Care enough to set some records. Care enough to win.”

Quem o diz é Jim Rohn. Com um discurso marcante, uma cadência única e uma ponta de humor, Jim Rohn é um dos melhores palestrantes que já ouvi. As suas palavras são absolutamente motivadoras e depois de o ouvirmos ou lermos ficamos altamente energizados.

Recomendo vivamente a consulta do site de Jim Rohn no seguinte endereço:
http://www.jimrohn.com/

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Atitude Positiva

A vida pode ser difícil, às vezes, mas há que seguir em frente. Os reveses são lições que nos fazem mais fortes e mais sábios.
Partilho um poema que funciona para mim como um lembrete em situações menos positivas.



Carry On!!

It's easy to fight when everything's right,
And you're mad with the thrill and the glory;
It's easy to cheer when victory's near,
And wallow in fields that are gory.
It's a different song when everything's wrong.
When you're feeling infernally mortal;
When it's ten against one, and hope there is none,
Buck up, little soldier, and chortle:

Carry on! Carry on!
There isn't much punch in your blow.
You're glaring and staring and hitting out blind;
You're muddy and bloody, but never mind.
Carry on! Carry on!
You haven't the ghost of a show.
It's looking like death, but while you've a breath,
Carry on, my son! Carry on!

And so in the strife of the battle of life
It's easy to fight when you're winning;
It's easy to slave, and starve and be brave,
When the dawn of success is beginning.
But the man who can meet despair and defeat
With a cheer, there's a man of God's choosing;
The man who can fight to Heaven's own height
Is the man who can fight when he's losing.
Carry on! Carry on!

Things never were looming so black.
But show that you haven't a cowardly streak,
And though you're unlucky you never are weak.
Carry on! Carry on!
Brace up for another attack.
It's looking like hell, but - you never can tell;
Carry on, old man! Carry on!

There are some who drift out in the deserts of doubt,
And some who in brutishness wallow;
There are others, I know, who in piety go
Because of a Heaven to follow.
But to labor with zest, and to give of your best,
For the sweetness and joy of the giving;
To help folks along with a hand and a song;
Why, there's the real sunshine of living.

Carry on! Carry on!
Fight the good fight and true;
Believe in you mission, greet life with a cheer;
There's big work to do, and that's why you are here.
Carry on! Carry on!
Let the world be the better for you;
And at last when you die, let this be your cry:
Carry on, my soul! Carry on!

Robert W. Service

No nosso dia-a-dia temos várias formas de viver e encarar as contrariedades . A sabedoria manifesta-se na atitude. E uma atitude positiva determina o nosso estado de humor... cria alegria de vida. Pensar o melhor, viver o melhor. Pensar positivo, viver positivo. O vencedor nasce da atitude que demonstra.

"Your attitude determines your altitude" - Autor desconhecido.

quinta-feira, 17 de março de 2011

O PIQUENIQUE DAS TARTARUGAS

As decepções fazem parte da nossa vida.
Seja no trabalho, nos relacionamentos ou na família, estamos sempre a criar expectativas que depois retumbam em decepções e nos deixam um 'amargo de boca'.
Expectativas em relação a nós e aos outros especialmente... e quando as coisas 'não saiem' como esperamos, além de termos desperdiçado uma grande energia porque nos irritamos, deixamos de aproveitar o momento presente, e desfrutar das surpresas que a vida nos oferece.

Quantas vezes deixamos de agir ou agimos em função daquilo que os outros pensam?

Hoje lembrei-me da história "O Piquenique das Tartarugas".

Uma família de tartarugas decidiu sair para um piquenique.

As tartarugas, sendo naturalmente lentas, levaram 7 anos a preparar o passeio. Passados 6 meses, após encontrar o lugar ideal, ao abrirem a cesta de piquenique descobriram que estavam sem sal.

Então, por ser a mais rápida, designaram a tartaruga mais nova para voltar a casa e trazer o sal. A pequena tartaruga lamentou, chorou e esperneou. Concordou em ir, mas com uma condição: que ninguém comeria até que ela voltasse.
Três anos se passaram... Seis anos... e a pequenina não tinha voltado.

Ao sétimo ano de ausência, a tartaruga mais velha já não suportando mais a fome, decidiu desembalar um sanduíche.

Nesse momento, a pequena tartaruga saiu de trás de uma árvore e gritou:

- " Eu sabia! Eu sabia que vocês não iam esperar. Agora é que eu não vou mesmo buscar o sal."


Moral da história:

Desperdiçamos o tempo esperando que as pessoas vivam à altura das nossas expectativas e estamos tão preocupados com o que os outros pensam e fazem que deixamos de escrever a nossa própria história.

terça-feira, 15 de março de 2011

Existem Dois Tipos de Pessoas

Daniel H. Pink, licenciado em Direito pela Universidade de Yale, trabalhou na Casa Branca entre 1995 e 1997 e foi responsável pelos discursos do vice-presidente Al Gore. Pink é hoje uma referência no mundo da Gestão e do Comportamento. Autor de três livros (A Nova Inteligência, Drive e Aventuras de Johnny Bunko) traduzidos em dezenas de países, é colaborador regular do New York Times, Harvard Business Review, Fast Company, e Wired e participa em inúmeras conferências e palestras sobre inovação, transformação económica e os novos locais de trabalho.

Sou seguidora do seu blog (http://www.danpink.com/) onde recentemente apresenta a curiosa ideia de que há dois tipos de pessoas.


THERE ARE TWO KINDS OF PEOPLE IN THE WORLD

Those who make your life easier — and those who make it harder.

Those whose presence helps you perform better — and those whose presence makes you do worse.

Those concerned about doing the work — and those concerned about getting the credit.

Those who leave you feeling up — and those who leave you feeling down.

Those who simplify — and those who complicate.

Those who listen when others are talking — and those who wait when others are talking.

Those who give — and those who take.

Those who last — and those who fade.

Which are you?

Pink, D. (2011). There are two kinds of people in the world. Acedido em: 15, Março, 2011, em: URL. http://www.danpink.com/archives/2010/12/there-are-two-kinds-of-people-in-the-world

quinta-feira, 10 de março de 2011

Tempo para fazer a diferença

Era uma vez um escritor que morava numa tranquila praia, junto a uma colónia de pescadores. Todas as manhãs caminhava à beira-mar para se inspirar e à tarde ficava em casa a escrever. Certo dia, ao caminhar pela praia, viu um vulto que parecia dançar. Ao chegar perto dele reparou que se tratava de um jovem que apanhava estrelas-do-mar da areia para, uma por uma, atirá-las novamente de volta ao oceano.

"Porque está a fazer isso?"- perguntou o escritor "O Senhor não vê!? - perguntou o jovem - A maré está baixa e o sol está a brilhar. As estrelas-do-mar vão morrer se ficarem aqui na areia".
O escritor espantou-se.

"Meu jovem, existem milhares de quilómetros de praias por este mundo fora e centenas de milhares de estrelas-do-mar espalhadas pela praia. Que diferença faz? Atiras umas poucas de volta ao oceano, ainda assim a maioria vai morrer de qualquer forma".

O jovem apanhou mais uma estrela na praia, atirou-a de volta ao oceano, olhou para o escritor e disse:

"Para esta aqui eu fiz a diferença…".

Naquela noite o escritor não conseguiu escrever ou sequer dormir. Pela manhã voltou à praia, procurou o jovem, uniu-se a ele e juntos começaram a atirar estrelas-do-mar de volta ao oceano.
"I saw the angel in the marble and carved until I set it free."
Michelangelo

terça-feira, 1 de março de 2011

Os Sem-Sentido

No final de mais um fim-de-semana, depois de umas compras no shopping e com a leitura de Em Busca de Sentido (Viktor Frankl) a terminar, dei comigo a matutar…

Encontrar sentido para a vida é hoje tão ou mais urgente do que há uns anos atrás. Vivemos tempos de grande contradição: “tem-se tudo e ao mesmo tempo não se tem o essencial, não se é feliz”. Numa época em que tudo corre a grande velocidade, porque podemos andar de avião ou de carro, mas mais ainda porque podemos navegar na internet e colocarmo-nos, numa fracção de segundo, em contacto com os pontos mais distantes da Terra, na realidade estamos estagnados psíquica e espiritualmente, vivemos aborrecidos e deprimidos.
Porquê? E como resolvemos o problema? Vamos ao shopping e fazemos umas compras na esperança de nos sentimos preenchidos e renovados. Mas… reina o vazio.

Pessoas sem metas não encontram sentido naquilo que fazem.

Viktor Frankl (1905-1998), psiquiatra de Viena, de origem judaica, radicado nos EUA, foi quem mais estudou o ‘search for meaning’, talvez por ter vivido três anos no campo de concentração de Auschwitz onde pereceram todos os seus familiares. Com essa dolorosa lição da história procurou novos caminhos e razões de viver, derivando dessa busca de sentido uma nova forma de psicoterapia. Assim como o corpo pode adoecer, a doença do espírito é a falta de sentido ou de significado para a vida.

A logoterapia (psicoterapia centrada no sentido da vida) procura curar o espírito desse défice, “motivando nele a vontade de sentido que leva à vontade de viver e de amar, dedicando-se realmente a valores nobres e essenciais e menosprezando o secundário e o efémero.”

Não se trata de um sentido para a vida em termos gerais, mas de um sentido pessoal para a vida. Ter sentido para a vida é perseguir objectivos individuais, é fazer a vida valer a pena. Ter metas implica parar para pensar. Planear. Ter um projecto faz toda a diferença no modo como lido com o tempo, com as pessoas e comigo mesmo. Olhar para o passado, perceber o presente e acreditar no futuro torna a vida menos assustadora. Uma vida de sucesso não se baseia em sonhos, mas em metas reais e planeamento objectivo.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Ser Feliz

“A vida só pode ser feliz quando tens um propósito. Só te sentes bem quando realizas alguma coisa.
A felicidade vem da acção. (...) Substitui a facilidade pelo esforço; Encontra alegria ao escalar novas montanhas; Jamais descanses da tua busca pelo conhecimento; Deseja hoje ser um pouco mais do que ontem e um pouco menos do que amanhã. Tudo isso fará de ti um ser humano completo e com isso vem a verdadeira felicidade.”

Benjamin Blech

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Sentimentos, Gostos e Decisões

Escola do Ensino Básico – 3º Ciclo. Aula de Formação Cívica. Sessão X de Educação para a Saúde e Sexualidade. A actividade proposta consistiu na projecção de uma sequência de dez imagens de rostos humanos (previamente seleccionadas) às quais os alunos tiveram de reagir identificando verbalmente a emoção associada.
A discussão instalou-se de imediato. Alegria. Coragem. Raiva. Felicidade. Amor…. Medo. Uma a uma, com espontaneidade ou no meio de hesitações lá foram sendo atiradas as palavras que eu, entusiasmada com a adesão dos miúdos, fui escrevendo no quadro da sala de aula.
- Oh professora, mas eu não concordo!
- Porque é que aquela é medo e não é raiva?
- Como é que sabemos?
E foi assim que o grupo chegou à conclusão que “ler” os sentimentos dos outros é tarefa difícil, mas pode ser aprendida e aperfeiçoada.

"À capacidade de ler os afectos nos outros chamamos literacia emocional, e devia ser uma capacidade tão presente e desenvolvida em cada um de nós como a de ler, escrever e contar. (...) Hoje, grande parte dos problemas que enfrentamos têm como base uma profunda iliteracia emocional, isto é, uma incapacidade de ler e respeitar o mundo emocional dos outros... A causa? A incapacidade de muitos adultos de se lerem a eles próprios em sociedades que investem profundamente no exterior esquecendo o interior, desprezam os sentimentos achando-os um entrave ao pensamento (quando são a sua base), não compreendem as ligações da parte física à psíquica, ignoram a importância do bem-estar individual para o social e não criam espaços de aprendizagem e trabalho saudáveis e criativos."
Pedro Strecht. (2004). Quero-te Muito. Crónicas para Pais sobre Filhos. Lisboa: Assírio & Alvim.


A literacia emocional de que Pedro Strecht fala faz-me pensar em muitas outras situações, em tantos outros contextos. As emoções tanto nos podem dominar, como fazer-nos felizes, tanto podem iluminar a nossa existência, como torná-la obscura e insuportável.
Como já referi anteriormente, somos pouco dotados no que se refere ao plano emocional. A nós, agora adultos, não nos ensinaram na escola o que são as emoções, como funcionam, como nos influenciam, como interferem nas nossas relações com os outros.

Dá que pensar, não dá?


domingo, 6 de fevereiro de 2011

Os Portugueses São Analfabetos Sexuais… e Emocionais

Tropecei neste livro quase que por acaso. O título é bombástico e sem dúvida que nos suscita a sua leitura. Manuel Damas - Presidente do Centro Avançado de Sexualidades e Afectos – traça com palavras, nuas e cruas, o retrato de cada um de nós. De cada português. No todo, de Portugal.

“Na verdade, como povo, sendo envergonhado do que somos e como somos, logicamente que essa insegurança teria de se reflectir em cada um de nós e, acima de tudo, na nossa intimidade e na nossa afectividade. Temos medo de amar, mas, acima de tudo, de sermos rejeitados e, mais ainda, de sermos traídos.”
Somos, efectivamente, analfabetos emocionais porque não sabemos construir relações afectivas.

Não daria tanto relevo ao assunto não fosse uma situação que vivi recentemente. Como foi exaustivamente divulgado pelos media, a introdução da Educação Sexual nas escolas não se tem revelado um processo pacífico. O estabelecimento de ensino ao qual pertenço não é excepção. Coube-me fazer a apresentação do Projecto aos Directores de Turma que, por sua vez, o iriam implementar ao longo do ano nas sessões de Formação Cívica. Depois de muitas dúvidas e questões, optei por dinamizar junto dos meus colegas professores a 1ª sessão que efectivamente se destinava aos alunos – “Afinal o que é a Sexualidade?”. E os resultados foram… Decepcionantes?! Desastrosos?! Considerando a população escolar como uma pequena amostra da sociedade, diria que os resultados são preocupantes! Para o português, Sexualidade é sinónimo de sexo. Nem me atrevo a divulgar preconceitos e estereótipos de que entretanto me fui apercebendo…
Afinal, os portugueses são mesmo analfabetos sexuais… e emocionais!

Afinal o que é a Sexualidade?

No post anterior a pergunta fica no ar. Afinal o que é a Sexualidade?

A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta um conceito de Sexualidade abrangente. De acordo com esta organização, a Sexualidade pode ser definida como “uma energia que nos motiva a procurar amor, contacto, ternura e intimidade; que se integra no modo como nos sentimos, movemos, tocamos e somos tocados; é ser-se sensual e ao mesmo tempo sexual, ela influencia pensamentos, sentimentos, acções e interacções e, por isso, influencia também a nossa saúde física e mental”. Ou seja, além da componente biológica, a Sexualidade engloba ainda uma componente psicológica e outra social.

A educação sexual assume-se, pois, como uma necessidade real. Mas, se a temática é complicada e sensível, não pode entregar-se a responsabilidade da mesma ao bom senso dos professores. A formação dos docentes é crucial e deveria constituir um processo de aprendizagem efectivo, consistente e estruturado, reflectido, relativamente ao modo de pensar e de agir. “(…) Destruindo mitos e estereótipos e a população cresceria em qualidade, em competências, em maturidade.”

A principal intenção do Dr. Manuel Damas ao escrever sobre “as Sexualidades” dos portugueses é dar origem a um processo de reflexão construtiva e não denegrir ou fazer piada fácil como à primeira vista se possa pensar. “A intenção é, unicamente, a provocação pedagógica.” O livro “Os Portugueses São Analfabetos Sexuais… e emocionais”, tenta apelar aos Afectos para que cada um de nós, de certa forma, consiga sair da ‘casca’ e deixe cair, por terra, os estereótipos, para amar e ser amado… para ser feliz.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Porquê Jacarandá

Falar de jacarandás não é só falar de flores. É conseguir ver para além do olhar… Cor. Lilás. Cor da emoção. Considerada uma cor purificante, é o equilíbrio perfeito entre a inteligência e a compreensão, a sensibilidade e a espiritualidade, a realidade e o sonho. Nas asas da vida, deixamo-nos voar. Liberdade. Aproximação à natureza, à nossa origem. Natureza humana. Sentido. Lilás é a cor recomendada a todos os que pretendem trabalhar sobre si próprios com o objectivo da transformação e desenvolvimento pessoal. A cor torna-se música. Motivação. Sinfonia da alma. Felicidade.
Falar de Jacarandás é falar de renovação e entusiasmo; é falar da vida e da atitude; é falar em abrir portas e janelas cabendo a cada um a escolha por onde vai sair ou entrar…